segunda-feira, 22 de outubro de 2012

A trama da velha mídia na última semana da campanha eleitoral


A caminho de ver suas maldosas intenções derrotadas através do voto no próximo domingo, especialmente a rede Globo e os velhos jornalões reservaram como principal assunto da semana não apenas as emoções normais da última semana de uma campanha eleitoral, mas pautaram também o resultado do julgamento da Ação 470 que eu chamo de tentativa de golpe político.



A velha mídia irá montar um picadeiro com o resultado final da Ação Penal 470 para confundir a opinião pública e tentar influir nos resultados, até agora, positivos que indicam a vitória eleitoral do PT, já confirmada no primeiro turno e com sinais claros de se consolidar no segundo turno.
Neste fim de semana, acompanhei de perto os noticiários de rádio, televisão e jornal e não tenho dúvida que vão tentar armar algumas tramas nessa última semana da campanha.
Articulistas e colunistas de meios de comunicação de forma vergonhosa tiveram a petulância de emitir opiniões sobre que penas deveriam ser impostas aos principais réus da Ação 470, especialmente os petistas, e que encaminhamentos deveriam ser dados após a declaração dessas penas. Assim, tentam influir na decisão do veredicto final
É claro o intuito de tentar transformar o resultado da suprema corte num escândalo político em relação ao governo Lula e ao PT. A nós, filiados do partido, cabe ocupar todos os espaços possíveis e reagir com toda a nossa força à tentativa de linchamento do PT e suas lideranças por parte da velha mídia. Da mesma forma, nos cabe assegurar os resultados obtidos pelos nossos candidatos, até o momento, evitar o salto alto e ampliar os apoios, sobretudo dos eleitores indecisos. Esta é a nossa função primordial para alcançar a grande vitória nesses últimos seis dias de campanha,
Confio na habilidade política de cada petista, no sentido de formar uma grande rede comunicante durante toda a semana, através de caminhadas, carreatas, panfletagens e ocupação total das redes sociais. 
ATÉ DOMINGO E ATÉ A VITÓRIA!
Francisco Rocha da Silva, o Rochinha, é membro do Diretório Nacional do PT

Artigo: O PT e os teimosos fatos, por Elvino Bohn Gass

Um dos bons debates que se trava no Brasil atual diz respeito ao comportamento dos grandes veículos de comunicação. Discussão que só não se amplia porque é interditada por quem mais poderia se beneficiar dela, a própria mídia. Em alguns países, contudo, esta contenda fez nascer mecanismos de controle público tão positivos que, recentemente, grandes conglomerados de mídia fecharam suas portas porque, simplesmente, não cumpriam o dever de informar.

Se a imprensa trabalha com fatos, é adequado que a analisemos a partir daquilo que deveria ser sua matéria-prima: os fatos. A eles, então:

Matéria-prima:
Dias antes do primeiro turno da eleição municipal, o colunista Josias de Souza, da Folha de São Paulo, afirmava: “...Serra e Haddad subestimaram Russomano; custaram a perceber que ele era mais do que se havia imaginado…”.
O fato: Russomano ficou fora do segundo turno. Para ficar no mesmo verbo, a Folha subestimou os vencedores do primeiro turno.

No jornal Estado de São Paulo, Dora Kramer sentenciava: “...Lula não é mais aquele, sua liderança se esvai e sua influência míngua…” O mesmo Estadão, em editorial do dia 30 de setembro, sob o sugestivo título “Lula está definhando?” via o seguinte cenário:  “...o esfarelamento petista nas eleições municipais, resultante da mão pesada de Lula…” E no Globo, Merval Pereira previa: “...a mais complicada eleição paulistana pode acabar deixando de fora da disputa Fernando Haddad, o candidato que o ex-presidente tirou do bolso de seu colete, outrora considerado milagreiro. Terá sido a primeira vez em que o PT não disputará o segundo turno na capital paulista, derrota capaz de quebrar o encanto que se criou em torno das qualidades quase mágicas do líder operário tornado presidente…”

Tivemos, também, Cláudio Humberto, categórico: “...apadrinhado de Lula, Haddad esperava atropelar Serra com a entrada da presidente Dilma e de Marta Suplicy na campanha. Deu chabu…” e “...o comando petista acha que Haddad empacou porque o escândalo do mensalão virou campeão de audiência no horário eleitoral gratuito…”. Mais: Marco Antonio Villa garantia: “...o grande perdedor é o Lula. Até agora, ele fracassou em suas principais movimentações. Se a candidata fosse Marta Suplicy em São Paulo, ela estaria no segundo turno…”

O fato: 
O candidato de Lula na maior cidade do país, São Paulo, começou a corrida eleitoral com 2% nas pesquisas, nunca havia disputado uma eleição e era desconhecido de boa parte da população. Lula o tomou pela mão e saiu pelas ruas de São Paulo. Haddad recebeu 1 milhão e 700 mil votos, foi para o segundo turno e as pesquisas, agora, o apontam como favorito com 47% das intenções de voto.

De novo:
O Estadão. Duas semanas antes da eleição, José Roberto Toledo prenunciava: “...um resultado possível a sair das urnas é o PT, desgastado pelas condenações do mensalão, perder espaço nas capitais…” De novo, o Globo. Na semana que antecedeu o pleito Ricardo Noblat lançava enquete para saber os motivos pelos quais “...pesquisas mostram o PT fraco nas capitais…” Nestes jornalões, ganharam destaque, ainda, as falas de João Ubaldo Ribeiro “...ele [Lula] insistirá e talvez ainda o vejamos perder outra eleição em São Paulo. Não a do Haddad, que aparentemente já perdeu….” e de Fernando Gabeira “...ao longo de minhas viagens observei que o mensalão não havia afetado as eleições municipais. Mas o processo está em curso. Algumas cidades já estão afetadas, como São Paulo e Curitiba. Nesta ocorre algo bastante irônico: o candidato Gustavo Fruet (PDT) é acusado de ter o apoio do PT e por isso perde votos…”
Sentiu falta de Veja? Ei-la no twitter: “...derrocada do PT e disputas acirradas marcam eleições…”

O fato:
O PT saiu da eleição como o campeão absoluto em número de votos:  17 milhões e 300 mil, quase um milhão a mais do que em 2008, quando fez 16 milhões e 500 mil. E das cidades onde há segundo turno, o PT foi o partido que mais obteve vitórias – 8 (oito) – seguido pelo PSDB e PSB que obtiveram 5 (cinco) cada um. Tomando-se apenas as Capitais, incluindo São Paulo com Haddad, o Partido dos Trabalhadores venceu numa e está no segundo turno em outras sete. A propósito, Fruet está no segundo turno em Curitiba.

A esta imprensa cuja bola de cristal só projeta o que diminui o PT, sempre sobrará o recurso de lançar mão do velho ditado “Cabeça de juiz, fralda de bebê e urna, reservam sempre uma surpresa”. Sejamos honestos: não é este o caso. Até porque, premida, agora, pela realidade dos fatos (ah, os teimosos fatos…) a mesma imprensa nos apresenta manchetes do tipo: “PT resiste a ataques sobre mensalão e reacende força de Lula nas eleições” ou “Peso do mensalão nesta eleição foi próximo de zero” ou ainda “PMDB é campeão em número de prefeitos, PT vence em total de votos”.

Para Luís Nassif, tudo isto compõe “um retrato que seria-cômico-se-não-fosse-trágico de ‘especialistas` que não conseguem entender seu país e seu povo, porque não têm o menor interesse em fazê-lo – só em participar do jogo político, da maneira mais escancarada possível.”

Já o historiador inglês Timothy Garton Ash, em seu livro “Os fatos são subversivos”, afirma que se o parlamento britânico soubesse a verdade (os fatos) sobre o Iraque – que o país de Saddam não possuía armas nucleares - muito provavelmente não teria autorizado o governo da Inglaterra a juntar forças com os Estados Unidos para aquela invasão genocida.

Nassif está corretíssimo. Mas penso que a formulação de Ash, por ser tão cínica quanto boa parte de nossa imprensa, é ainda mais adequada para a análise das previsões catastróficas sobre o desempenho do PT na eleição. Nenhuma delas se realizou porque o povo não pensa e não sente como a imprensa. Mas não se assuste se, na vã tentativa de se justificar, você acabe por ler algo que tente nos fazer crer que os fatos é que são subversivos.

Bohn Gass é deputado federal pelo RS e Secretário Nacional Agrário do PT

Artigo: O PT e a obstinada preferência nacional - Por Padre Ton


Todos os institutos de pesquisa atestam: o PT é o partido de preferência nacional da população brasileira, uma referência que muito explica o sucesso de 17 milhões de votos recebidos no primeiro turno de 2012, colocando-o em primeiro lugar na quantidade de votos totais dos partidos, mas setores conservadores ignoram essa realidade e parte dos analistas da imprensa graúda, ao fazer avaliação sombria sobre o desempenho da legenda nas eleições, “esquece” o vínculo que o partido, em 30 anos de vida, forjou com parcela importante do eleitorado brasileiro.

Em 2010, o Ibope apontou que 29% da população brasileira tem preferência ou simpatia pelo Partido dos Trabalhadores. Pesquisa mais recente do Vox Populi revela que 48% dos entrevistados - em âmbito nacional - simpatizam com algum partido, e desses 80% nominaram três: PT com 28%; PMDB com 6% e PSDB com 5%.  São os três mais influentes no quadro partidário brasileiro, mas o nosso partido, cabe sublinhar,  agiganta-se perante o número dos outros dois.

Essa diferença que a cada processo eleitoral torna-se mais sólida é reveladora do quanto existe uma identidade construída pelo PT desde suas origens com o eleitorado, que na pesquisa do Vox Populi revela ser um capital político inexistente em outras siglas.

É uma identidade profundamente associada à defesa da igualdade de gênero; da agricultura familiar; pelo fim do preconceito e da discriminação de classes, cor e sexo; pela redução da pobreza;  pela justa distribuição de renda; em defesa da pluralidade política e igualdade social. E ao chegar no governo central o PT manteve-se fiel a essas bandeiras, disseminando no território nacional políticas correspondentes aos princípios que o destacam na vida partidária nacional.                

Essa identidade, que se reafirma a cada eleição, mesmo com as crises que se abateram sobre o partido e suas históricas lideranças, é responsável pela avaliação altamente positiva que recebe o PT. 74% dos entrevistados pelo Vox Populi o consideram um partido moderno; 70% entendem que “tem compromisso com os pobres” e 66% afirmam que “busca atender ao interesse da maioria da população.”  

Os governos populares do Presidente Lula e agora da Presidenta Dilma sem dúvida contribuem para essa avaliação.  Afinal, milhões de brasileiros deixaram a pobreza, ingressando em classe social emergente, como o é o próprio Brasil, que se destaca no mundo pelo bem-sucedido programa de transferência de renda, pela vigilante presença do Estado nas áreas estratégicas da economia nacional e pela adoção de políticas públicas que intentam com sucesso a redução das desigualdades sociais.

A obstinada preferência nacional pelo PT é responsável pela eleição de 624 prefeitos no dia 7 de outubro, 12% a mais do que o pleito de 2008. O crescimento ocorreu também em 2006, ano seguinte à crise desencadeada na própria base de governo, e que a imprensa batizou de mensalão. Isso, volto a frisar, a despeito de todas as previsões e apostas negativas feitas pelos adversários de nosso partido.

O PT cresce não apenas ampliando a presença de prefeitos e prefeitas no país, mas também legisladores e legisladoras em todos os parlamentos municipais, fortalecendo o sistema democrático brasileiro com representantes de qualidade intelectual e ética, atuantes, de origem popular, dedicados às causas dos brasileiros que anseiam pela continuidade das políticas transformadoras, deixando definitivamente para trás um tempo, esse sim sombrio, de desemprego e corte nos investimentos sociais.    

Padre Ton é deputado federal pelo PT-Rondônia)